segunda-feira, 5 de maio de 2014

Violência assusta: Camaçari fecha o mês de abril com 34 homicídios


Parece que está cada vez mais difícil viver em Camaçari. Faço uso da palavra “viver” no sentido literário, ou seja, no sentido real. Há alguns dias, publiquei no meu perfil do facebook o aumento expressivo da violência que vem assustando a nossa cidade. Naquela ocasião, informei o número de homicídios registrados na região e, provavelmente, assustei a muitos. Não pensem que escrevo isso para assustar. Não, esta não é a minha intenção. Mas, quer queira quer não, nunca poderei deixar de fazer o que é obrigação de todo jornalista: informar.

Pois bem, voltei a visitar o site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e, pasmem, fiquei assustada com a estatística registrada nos 30 dias do mês de abril deste ano. Foram exatos 34 homicídios, isso mesmo, Camaçari registrou 34 mortes violentas somente no mês de abril. Desse total, apenas 3 eram mulheres. Pesquisando mais a fundo, percebi que a maior parte, ou seja, mais da metade das vítimas eram jovens, e três deles tinham, nada mais nada menos, do que 16 anos.

Aí, a gente se pergunta quais as possíveis causas que ocasionaram a morte desses jovens? Podemos listar vários motivos que os levaram à morte. Briga de bar, crime passional, intolerância no trânsito... Esses, com certeza, não foram os principais motivos dos homicídios. Sabemos, e não podemos fingir que não acreditamos nisso, que grande parte deles está relacionada às drogas. Não quero generalizar, é claro, nem todos morreram porque estavam envolvidos com o crime, mas sabemos e, se investigarmos bem, vamos concluir que muitos desses jovens estavam envolvidos com as drogas, roubavam ou eram um desafeto de outro bandido. Vítimas que “tiveram o azar” de serem encontradas pelos seus rivais em um dos momentos mais críticos que passava a nossa sociedade, a greve dos policiais militares.

A bandidagem fez a festa. Aproveitou os poucos dias da paralisação e fez um arrastão em seus desafetos. Podemos provar isso quando contabilizamos os números e percebemos que o maior índice dos homicídios ocorreu nos dias mais críticos da paralisação, ou seja, entre os dias 16 e 18, quando foram registrados 11 assassinatos. Semana em que toda a polícia cruzou os braços, em protesto, na Bahia. A SSP/BA também registrou um saldo assustador de homicídios, roubos de veículos, saques a estabelecimentos comerciais, assaltos a transeuntes, etc. A população ficou exposta, mais ainda, à violência urbana. Pois, quando o gato sai, o rato faz a festa.


Fernanda Melo é jornalista, formada pela Unibahia.

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